Para homenagear o DIA DO GAÚCHO - 20 DE SETEMBRO, o Durango-95 compartilha com seus amigos o raro CD Radio Continental - O Som Nosso de Cada Dia, que vem encartado no fascinante livro "Continental - A Rádio Rebelde de Roberto Marinho", escrito por Lucio Haeser. A história se passa nos anos 70, que foram os mais duros, cruéis e sangrentos da ditadura militar. O governo entupia o povo de mensagens ufanistas enquanto, nos porões, prendia, torturava e matava sem dó nem piedade. Os meios de comunicação tinham sua liberdade vigiada, qualquer informação ou música a ser transmitida passava pelo crivo implacável da Censura. Em Porto Alegre, no entanto, havia uma voz que enfrentava abertamente o poder estabelecido: a Rádio Continental AM, operando na frequência de 1120 Kilohertz.
A emissora, pertencente ao Sistema Globo de Rádio, foi dirigida entre 1971 e 1977 pelo publicitário Fernando Westphalen, o Judeu (foto abaixo), que corajosamente implantou uma programação arrojada, mesclando música e informação de qualidade e falando diretamente ao público jovem. Vários programas da Superquente, como era conhecida a Continental, maracaram época, entre eles o 1120 é Notícia, informativo que atacava e contestava as arbitrariedades governamentais com sarcasmo, ironia e inteligência - e que custou advertências e suspensões à emissora -, e o Mr. Lee In Concert, comandado por Julio Fürst, que passou a apresentar a novíssima música dos Pampas e revelou nomes como o grupo Almôndegas, do qual faziam parte os irmãos Kleiton e Kledir Ramil, e os compositores Nelson Coelho de Castro, Hermes Aquino e Bebeto Alves, todos em gravações exclusivas feitas, na maioria, nos estúdios da rádio.
Repleto de histórias curiosas e informações, o livro mostra, embasado em uma série de entrevistas e depoimentos e em farta documentação escrita, a ascenção e o declínio da Continental (que em 1980 sofreu intervenção dura da direção do Sistema Globo de Rádio, que implantou uma nova programação e pouco tempo depois mudou o nome da emissora para Rádio Globo), além de dar um abrangente panorama da música e da radiodifusão no Rio Grande do Sul.
A obra traz um CD encartado com algumas das gravações dos músicos gaúchos realizadas nos estúdios da emissora, entre elas a primeira versão de "Nuvem Passageira", canção de Hermes Aquino que fez sucesso em todo o país ao ser incluída na trilha da novela global O Casarão, em 1976, "Testamento", do poeta José Fogaça, atual prefeito de Porto Alegre (e ex-locutor da Continental), com os Almôndegas, e "Magricela", de Nelson Coelho de Castro, com o autor, além de uma faixa com vinhetas e aberturas de programas da Continental.
Uma obra indispensável para jornalistas, estudantes e professores de história, publicitários, músicos e toda pessoa que gosta de saber mais sobre o seu passado. O autor criou também um site que traz muitas informações sobre a rádio, o www.continental1120.com.br .
A seguir o próprio autor descreve a saga.
Continental - A Rádio Rebelde de Roberto Marinho, lançado pela Editora Insular em 29 de novembro de 2007 na Livraria Cultura de Porto Alegre é ma idéia que nasceu em novembro de 2001, quando morava em Florianópolis, e começou a ser colocada em prática poucos meses depois, em um contato com Francisco Anele Filho.
A idéia era escrever um livro sobre a Rádio Continental e encartar um CD com as gravações dos músicos gaúchos que a rádio produzia e rodava. Àquela altura, eu sequer sabia se as fitas existiam. Poucas rádios preservam a sua história. Ainda mais uma emissora que havia mudado de administração e de programação em 1980 e trocado de dono em 1986.
Mas a história da Continental é especial. Monsieur Anele tinha as gravações dos músicos porto-alegrenses que rodavam nos anos 70 na Rádio Continental - 1120 AM - A Superquente. E ele se dispôs a abrir o baú. Graças, Anele.
Graças também a Júlio Fürst, o Mr. Lee, - que foi o primeiro guardião das fitas - um importante capítulo da história da música de Porto Alegre está preservado. E pode voltar a emocionar todos os ouvintes da Continental e ser melhor conhecido pelas novas gerações. Um CD será encartado no livro. Mas aqui no site é possível ouvir alguns áudios clicando no menu à direita da página inicial. São vinhetas da Continental e trechos de músicas. Também a Rádio Sem Fronteiras roda músicas do movimento gaúcho. É só clicar no seu player favorito.
Além da história ligada à música de Porto Alegre, a Continental vinha, desde 1971, num embate com a ditadura militar. Dirigida por Fernando Westphalen, o Judeu, a rádio coleciona punições, ameaças da ultradireita, e várias "visitas" são feitas por diretores e redatores à sede da Censura para explicações sobre os textos.
Uma história puxa a outra, e as entrevistas e buscas de documentos são feitas ao longo de seis anos. Nas horas de folga , é claro, mais fins de semana e férias. Foram ouvidas 90 pessoas, algumas várias vezes. Até o momento final da entrega do texto para a editora, agora morando em Brasília, estava descobrindo coisas. Portanto, não é uma história acabada. Muito ainda há que se escrever sobre a Continental. Mas há muitas e boas histórias que justificam a publicação. A mudança para Brasília foi providencial: aqui consegui documentos inéditos sobre a 1120. O arquivo do SNI sobre a rádio.
Virei ouvinte da Continental no fim de 1972, com 13 anos recém-completos. Fazia um esforço danado para ouvi-la. Na região onde morava, em Santa Cruz do Sul, pegava muito mal. O sinal era fraco, mas audível. E valeu muito a construção de uma antena.
Ao iniciar o trabalho, queria saber que fim tinham levado as gravações originais da 1120.
Não me conformava com o fato de que nunca mais iria ouvir aquelas fitas.
Enfim, assim como eu tenho as minhas lembranças da Continental, sei que milhares de outras pessoas têm as suas. Muito mais intensas, certamente. Então é hora de conhecer um pouco mais estas histórias. De um tempo em que os jovens tinham "a sua rádio" com muito orgulho.
Espero que gostem. Tanto quem conheceu como quem nunca ouviu falar da Rádio Continental de Porto Alegre. Foi o que sempre desejei durante a realização do trabalho.
Lucio Haeser
Outubro de 2007
Outubro de 2007
>>>Adaptado por RamonR do texto de Toninho Spessoto - Pesquisador musical.
>>> O livro pode ser encontrado nos sites de venda online por R$40,00.
FAIXA A FAIXA por Emilio Pacheco
1 - "Testamento" - Almôndegas
Composição do atual Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, que também é autor de "Vento Negro", um dos grandes sucessos do primeiro LP dos Almôndegas (e de muitas outras letras musicadas por parceiros diversos e gravadas por intérpretes como MP4, Nara Leão e Fafá de Belém). "Testamento" nunca havia sido lançada em disco. Imaginava-se que poderia entrar no terceiro LP dos Almôndegas, já que a Continental a tocava bastante em 1976, juntamente com as também inéditas "Piquete do Caveira" e "Alhos com Bugalhos". As duas últimas entraram no disco, mas "Testamento" ficou de fora. Sai agora, finalmente, com o livro. Essa gravação foi feita no estúdio 2 da rádio e a formação dos Almôndegas era: Kleiton (violão), Kledir (violão e vocal solo), Quico Castro Neves (violão), João Batista (baixo) e Gilnei Silveira (percussão). Dizem que Zé Flávio também participou da gravação, mas nessa época ele ainda não pertencia aos Almôndegas e sim ao Mantra. A música é uma bonita homenagem de Fogaça a seu filho: "Um pouco da minha morte / No teu corpo eu plantei / Pouco importa tua estrada / De vagabundo ou de rei / Na tua barba que é a minha / No teu sexo que é o meu / No teu sonho eu viverei".
2 - "Machu Picchu" - Hermes Aquino
Essa era a música mais conhecida de Hermes Aquino em Porto Alegre antes de ele estourar com "Nuvem Passageira". Quando o noticioso "1120 é Notícia" anunciou no começo de 1976 que Hermes estava indo a São Paulo para gravar seu compacto pela Tapecar, já avisou que uma das faixas seria "Macchu Picchu". Ela viria a ser o lado A do disquinho, mas quando o lado B entrou numa novela, a história tomou um novo rumo. Mais sobre isso adiante. No CD está a gravação que a rádio tocava com exclusividade para os ouvintes, registrada ao vivo no primeiro concerto coletivo "Vivendo a Vida de Lee" em 1975, no Teatro Presidente.
3 - "Aos Anos 70" - Utopia
Composição que virou uma espécie de hino daqueles tempos em Porto Alegre: "Anos 70 que serão dez... anos 70 que serão dez..." O Utopia era o grupo de Bebeto Alves (naquela época conhecido como Bebeto "Nunes" Alves) e os irmãos Ricardo Frota no violino e Ronaldo Frota no violão. A gravação é de 1975.
4 -"Magricela" - Nélson Coelho de Castro
Nélson Coelho de Castro estreou na Continental em 1976, depois de participar do Musipuc daquele ano com "Versos de Proa". Mas "Magricela" só entrou na programação no ano seguinte, não mais no programa de Mr. Lee, que havia terminado, mas sim no "Mestre Júlio" às 6 da tarde. Essa música também é conhecida de quem assistia ao Portovisão, na TV Difusora, Canal 10. O apresentador Fernando Vieira mostrava um tape (na época ainda não se dizia clip) em que Nélson e o grupo Olho da Rua interpretavam a música ao vivo no estúdio. A música é cantada por Nélson e sua irmã Suzana. Nessa época eles sempre faziam dueto. Nélson viria a lançar vários discos em vinil e CD, mas "Magricela" está sendo lançada pela primeira vez com o livro.
5 - "Terras Estranhas" - Inconsciente Coletivo
O Inconsciente Coletivo durou pouco, mas deixou saudade. As violas e belas harmonias vocais de Alexandre Vieira, João Antonio Araújo e Ângela Langaro faziam desse grupo um dos mais queridos dos programas de Mr. Lee. Depois entrou Calique Ludwig no baixo. Eles chegaram a lançar um compacto simples pela Tapecar em 1976 com "Voando Alto" e "Fadas Douradas", mas a produção descaracterizou completamente o som acústico do conjunto. O grande momento do Inconsciente Coletivo foi o show "Sul, Primeiros Passos", apresentado no primeiro semestre de 1977 no auditório da Assembléia Legislativa, numa fria noite de segunda-feira. Ali, além de mostrar composições próprias, homenagearam colegas do movimento musical gaúcho, antecipando o modismo do "show de tributo". Reforçados por Fernando Pezão na bateria, o grupo interpretou, entre outras, "Guantanamo" de Hermes Aquino, "Em Meio aos Campos" de Fernando Ribeiro (com vocal solo de Ângela), "Daisy My Love" dos Almôndegas (com vocal solo de Calique), "Rei" do Hallai Hallai (com vocal solo de João Antônio), "Azulão" de Carlinhos Hartlieb e "Portas e Janelas" de Zé Flávio (com vocal de Fernando Pezão). Alguém tem esse show em fita? Eu quero cópia! "Terras Estranhas" entra no CD na gravação do estúdio 2 da rádio, com Alexandre, João Antônio e Ângela (ou Xandy, Tonho e Anginha, como viriam a ser creditados no compacto da Tapecar). Finalmente o som do Inconsciente Coletivo está sendo lançado em disco em sua versão pura e acústica, sem pasteurizações.
6 - "Margarida do Brejo" - Zé Flávio e Mantra
Mesmo antes de entrar para os Almôndegas em 1977, Zé Flávio era uma lenda do rock gaúcho como "guitar hero" do grupo Mantra (e também autor de três sucessos de seu futuro grupo: "Sombra Fresca e Rock no Quintal", "Amor Caipira e Trouxa das Minas Gerais" e o sucesso nacional "Canção da Meia-Noite"). "Margarida do Brejo" conta a divertida história de uma fã que sempre dava um jeito de assistir aos ensaios do Mantra.
7 - "Pense" - Status 4
Esse era o antigo nome do atual grupo vocal negro Status, que mantém dois integrantes da formação original. Quem ainda não ouviu o CD "Velhos Amigos" não sabe o que está perdendo. Hoje são três vozes masculinas, mas nos anos 70 o "Status 4" era formado por dois rapazes e duas moças. São as quatro vozes que se ouvem nessa gravação do estúdio 2 da Continental. Por sinal, essa música também foi gravada pelo grupo para o quadro de Fernando Vieira no Portovisão, na TV Difusora.
8 - "Advertência" - Bizarro
O Bizarro era uma das bandas de rock pesado de Porto Alegre nos anos 70. "Advertência" é de autoria do guitarrista Carlinhos Tatsch. Integraram a banda também o baterista Gélson Schneider, o baixista Mário Monteiro e depois Mitch Marini. Soube pelo Carlinhos que Mitch faleceu de câncer no começo do ano. Pelos meus cálculos, devia ter menos de 50 anos.
9 - "Rei" - Hallai Hallai
Outro inesquecível grupo vocal daquela época. Sua contratação pela Tapecar chegou a ser anunciada juntamente com a do Inconsciente Coletivo em 1976, mas o disco nunca saiu. Somente em 1983 lançaram um compacto simples independente com as músicas "Meu Lugar" e "Segurando o Vento". Em 1986, gravaram um LP pelo selo 3M com o nome de "Hallai", mas o som do grupo estava muito mudado (leiam sobre isso aqui). O Hallai Hallai de que todos temos saudade é mesmo o de 1976 e é esse que estará no CD. Alguns ex-integrantes do grupo estão hoje na banda Cavalo Doido. O Hallai Hallai tem uma comunidade no Orkut.
10 - "Monumento à Poluição" - Gilberto Travi e Cálculo IV
Esse é o mesmo Gilberto Travi que depois integraria os Discocuecas. Nessa época ele já tinha uma veia humorística, mas gostava também de compor músicas de otimismo e crítica ao cotidiano. "Monumento à Poluição" era uma das mais tocadas no programa de Mr. Lee em 1976: "Lá na minha rua tem uma baita chaminé / Que grandalhona que ela é / E larga uma fumaça que mata até bicho do pé (...) / Por isso minha gente preste muita atenção / Quando passarem por essa chaminé / Muito respeito porque ela é / Um monumento à poluição." Quando a Warner chegou ao Brasil no mesmo ano, tentou contratar Gilberto Travi como solista, mas ele se via como integrante de um grupo e só aceitaria se os músicos do Cálculo IV também entrassem. O contrato acabou não saindo.
11 - "Aonde Vai Você?" - Cláudio Vera Cruz
Antes de entrar para a programação da Continental, essa música havia sido divulgada num clip especialmente produzido para o "Transasom" de Pedrinho Sirotsky em 1977. Inclusive, ela foi anunciada com seu título completo: "Aonde Vai Você, Vendedora de Rapadura". Já na Continental, no programa de "Mestre Júlio", o mesmo áudio (gravado no estúdio da antiga Isaec, na Senhor dos Passos) foi divulgado com o nome encurtado para "Aonde Vai Você". Essa bonita composição de Cláudio Vera Cruz com letra de Paulinho Buffara chegou a ser lançada em disco pelo Impacto, com vocal do baixista Vasquez. Agora teremos a gravação original de Cláudio Vera Cruz no CD do livro.
12 - "Flor de Klô" - Simbiose
Linda composição acústica de Rogério Lauda com vocal de Zezinho Athanásio, o mesmo que depois se lançaria para todo o Brasil como o roqueiro Joe ("Já Fui" e "Me Leva Pra Casa"). Aqui ele canta num registro bem alto, quase um falsete, lembrando Ney Matogrosso e também Beto Guedes da fase "A Página do Relâmpago Elétrico". Essa é uma de minhas preferidas do CD. Um dia em 1977 eu tinha ido à Continental para tratar de algum assunto envolvendo o meu irmão (João Carlos Pacheco, que era locutor da rádio), quando fui chamado para pedir uma música para o programa "Participarada". Tive que escolher de uma lista, mas quando vi "Flor de Klô" (foi ali que fiquei sabendo que era com "K"), não tive dúvidas. Depois ouvi minha voz gravada no ar: "Eu queria ouvir na Participarada, com Simbiose, 'Flor de Klô'". Pena que não gravei.
13 - "Sonho" - Toneco
Toneco era mais conhecido como o exímio violonista do grupo que acompanhava Fernando Ribeiro, mas ele também canta - e muito bem. Será um prazer ouvir a voz dele no CD além, é claro, de seu bem executado violão.
14 - "Nuvem Passageira" - Hermes Aquino
Essa não é a gravação que o Brasil todo conheceu a partir da novela "O Casarão" e sim o registro feito no estúdio 2 da Continental. O ruído de vento que entra e sai foi tirado de um disco de efeitos sonoros. Quem poderia imaginar, naquele momento, que essa música seria um dos maiores sucessos de 1976 em todo o Brasil, chegando a ser citada na revista americana Billboard (como "Hermes de Quino")?
15 - "Novo Lugar" - Inconsciente Coletivo
Na época eu ouvia essa música, mas não sabia o nome. Era uma de minhas preferidas do Inconsciente Coletivo, num clima envolvente e melancólico. Faltou dizer lá em cima que João Antônio Araújo passou pelos Discocuecas como "Toninho Badaró", foi locutor de rádio (um dos primeiros da Cidade de Porto Alegre), garoto propaganda do Tevah e atualmente é um dos donos do Abbey Road, onde ainda toca. Xandy é proprietário do Sgt. Pepper's e também continua fazendo música. Ângela é psicóloga.
16 - "Portas e Janelas" - Zé Flávio e Mantra
Um blues típico do grupo de Zé Flávio, inclusive citando Porto Alegre na letra. Uma curiosidade: o baterista do Mantra era Fernando Pezão, que depois passaria por Inconsciente Coletivo (show "Sul, Primeiros Passos", citado acima), Almôndegas (somente em shows), Saracura, Discocuecas até chegar nos Papas da Língua, onde está hoje.
17 - "De Manhãzinha" - Utopia
Mais uma do grupo de Bebeto "Nunes" Alves e os irmãos Frota.
18 - "Arquivo Continental 1120" - Eu sei que, para muita gente, esta parte final é a mais esperada do CD: vinhetas exclusivas da rádio. O que teremos aqui? Bem que eu gostaria de divulgar em primeira mão, mas quem está preparando tudo é o técnico de som Francisco Anele Filho, o "Monsieur Anele", como Cascalho o chamava. Estou torcendo para que entre a característica do "1120 é Notícia" e também a música de fim-de-ano de 1976: "Os tempos andam meio tristes / E a incerteza vai continuar / Você que é jovem se console / Pois tem tempo pra esperar / Talvez dê em nada, talvez seja igual / Mas é ano novo, creia / É tempo bastante pro mundo mudar".
Baixe o disco:
2 comentários:
É possivel postar de novo?Comprei o livro num sebo, sem o cd...
Bah, porque tu não reposta essa raridade tchê!!!
Postar um comentário