Bebeco Garcia: O Garoto Cigano da Estrada

... Fiz esse texto que eu conto um pouco mais deste guitarrista maravilhoso que nos deixou que é Bebeco Garcia... Revisado hoje por mim e o Egisto, que corrigiu algumas informações e acrescentou outras, deixando o texto melhor! Tem uma foto alí que estamos na frente da Van que é tirada por Gustavo Alves e abaixo é do fotógrafo André Furtado!...

Frank Franklin


Já não é novidade para quem conhece e aprecia o bom e não tão velho assim rock’n’roll que infelizmente Bebeco Garcia faleceu ás 23 horas do dia dezenove de maio, em uma quarta feira, em um hospital particular de Porto Alegre. Resolvi escrever este texto para homenagear a este amigo que partiu cedo (é minha terceira matéria sobre ele fora a entrevista que fiz para a edição número um do programa de TV Portoblues, que não existe em arquivo), aos 56 anos, mas que mesmo assim deixou uma grande e maravilhosa obra musical.

São doze discos de uma música a qual só ele sabia a fórmula, pois só ele compunha e tocava daquele jeito. Se você prestar bem atenção, vai ver alguns floreios invertidos na guitarra. Vai notar sua pegada consistente (principalmente ao vivo), o som agressivo de suas Fender Telecaster, o som gordo das Gibson Flyng V e Thunderbird (também usou várias Stratocaster), e a técnica apuradíssima de seu lap steel (a popular guitarra havaiana, a qual tinha a rara habilidade de tocar em pé).

Vai degustar as belas letras, sempre em português claro e direto. Notará também a ausência de acordes em certas linhas de guitarra, e vai deparar com um roqueiro de visual classudo, pra lá de stoneano, e tudo mais o que tornou José Francisco Mello Garcia, Bebeco Garcia, o chefe, mais que um ídolo, uma referência para um monte de outros garotos de outras ruas de todo o país.


A FASE GAROTOS DA RUA: APARECE O FRONTMAN

Eu devia ter uns treze ou quatorze anos quando vi pela primeira vez aqueles caras, todos devidamente cabeludos e vestidos desleixadamente por gosto, tocando na SABA, na praia de Atlântida, litoral norte do RS, um verdadeiro acontecimento naquele verão. O show era junto com o Taranatiriça, que fazia um rock maravilhoso também, mas digamos assim, um pouco mais acelerado. Aquela tarde me marcou, foi meu primeiro show, aquela coisa toda de guri...já virei fã direto, era uma época em que quem sabia uma música do tal de rock gaúcho era um E.T. , e eu já me iniciei com rock verdadeiro. Ali estavam artistas de verdade, na minha frente, suando e fazendo rock de pau duro, como diria uma amiga do chefe e de meio mundo do rock gaucho, a nossa produtora artística Cida Pimentel, criadora desta feliz analogia.

Explico. Os Garotos da Rua, a banda da qual Bebeco era líder, foi o fundador e principal compositor, era foda! Uma puta banda de rock. Os Garotos da Rua (reza a lenda que antes de uma apresentação, quando alguém perguntou durante as primeiras reuniões -“que banda é essa ?” alguém respondeu: - “são os garotos da Rua Carlos Drummond de Andrade !”) originais surgidos em 1983 eram Bebeco, Edinho Galhardi (bateria) e Mitch Marini. Meses mais tarde entrou Ricardo Cordeiro, o King Jim (sax) e posteriormente Geraldo Freitas no baixo e um aluno de Bebeco, Justino Vasconcelos (guitarra).Desde o início a banda teve o apoio do letrista Carlos Caramez, parceiro de Bebeco em muitos hits. Era quase um sexto integrante.


Antes da formação da banda, Bebeco chegou várias vezes a fazer um som com Bixo da Seda, participar das Rodas de Som e gravar demos com Carlinhos Hartlieb, entrando na então ainda insípida cena musical portoalegrense. Bebeco gravou também no disco do Saracura. Como nasceu e cresceu sua adolescência na cidade portuária de Rio Grande, a mais antiga cidade do Rio Grande do Sul, provavelmente tenha conseguido bons discos de rock através das indas e vindas dos navios. Provavelmente em Porto Alegre não havia um guitarrista interessado em rock que tivesse os mesmos vinis que ele.

Poucos anos antes do contrato com a gravadora Plug BMG, que lança a coletânea histórica Rock Grande do Sul, na qual os Garotos da Rua participaram juntamente com os Engenheiros do Hawaii, TNT, Replicantes e DeFalla, a banda tocava quase diariamente no bar Rocket 88, no bairro Menino deus, o qual Carlos Weynrausch, o Mutuca, tinha inaugurado no início dos anos oitenta. Nesta coletânea, os Garotos foram lançados com as faixas Sozinho Outra Vez e Tô de Saco Cheio (Lá Em Casa Continuam Os Mesmos Problemas) *ambas parcerias Bebeco / Caramez.

Em 1984 a banda havia gravado solo pela primeira vez em um compacto as músicas Programa e Sabe o que acontece Comigo, em uma parceria da gravadora ACIT (que surgida em Caxias do Sul, se instalara nos antigos estúdios da ISAEC, em Porto Alegre. Já Rock Garagem, de 1985 que tinha dos Garotos a música Levaram Ele tornou-se um disco igualmente mitológico que hoje faz parte das discotecas básicas do rock brasileiro. Segundo palavras que o próprio Bebeco disse para este que vos escreve, Levaram Ele é sobre um maluco que apareceu para a banda querendo pagar tudo, arranjar shows milionários, emprestar os carros do pai para a banda - coisa não muito incomum no mundo do rock – e que até conseguiu seus objetivos, mas só até a família interná-lo em uma clínica psiquiátrica, para onde ele foi levado...


O primeiro disco, Garotos da Rua, emplacou Sabe o que Acontece Comigo e Você é tudo Que Eu Quero. O segundo LP, Dr.em Rock’n’Roll, trazia entre seus hits Eu Já Sei (É quando você volta / pela mesma porta !), que foi incluída como trilha do casal protagonista da novela Mandala, Jocasta (Vera Fischer) e Édipo (Felipe Camargo). A telenovela foi uma das de maior sucesso que a televisão brasileira já produziu. O disco vendeu muito, rendeu algum dinheiro para os autores das músicas do disco temático e uma projeção nacional para os Garotos da Rua. Foi neste momento que os Garotos da Rua começaram a se apresentar em rede nacional, participando do Programa do Chacrinha, Bolinha, Serginho Groissmann entre tantos outros programas da TV brasileira de grande audiência.

Os vinis Dr. em Rock’n’Roll e Não Basta Dizer Não ( que continha Meu Coração Não Suporta Mais) consolidaram a banda no mercado fonográfico brasileiro e renderam para a banda shows por todo o país. Este disco conta com a presença de Paulo Casarin (teclados). Os Garotos eram então uma das mais importantes bandas gaúchas, e estava colocada no primeiro escalão do rock nacional. Quando o estouro inicial amenizou e a banda mudou (Alemão, baixo e Cristiano Wash e King Jim como convidado), foi lançado o disco Garotos da Rua Ao Vivo, que contém uma versão clássica de Meu Coração Não Suporta Mais, que fez estrondoso sucesso na Rádio Ipanema FM (ouça no CD Ipanema FM – As 15 Mais) e virou um dos maiores clássicos do grupo. O disco ainda teve mais um grande sucesso: Acredita Em Mim.


A CARREIRA SOLO DO GUITARRISTA CIGANO

Quando Bebeco convidou Egisto Dal Santo, um de meus grandes amigos, a quem tenho grande apreço musical e afinidades no trato pessoal, para tocar baixo em sua nova banda, automaticamente tive o prazer em conhecer mais de perto Bebeco. Claro que nas primeiras vezes que eu o vi, evitei queimar o filme com encheção de saco do tipo fã mala mesmo que minha vontade fosse de encher o cara de perguntas tipo “eu fui naquele show da SABA, lembra daquele show na SABA?”. Fiquei na minha, me segurando nas primeiras vezes. Mas não demorei muito a perceber que estava diante de uma pessoa cuja humildade era proporcional ao talento.

Bebeco definitivamente não gostava de se posicionar em um altar como uma estrela intocável. Sabia que era uma referência, uma influência, um músico admirado, mas sempre se fazia acessível. Pude comprovar isto em 2002, quando pedi a ele que gravasse guitarra em uma música de meu disco A Mesma Coisa (sim, eu gravei um disco !), que saiu de modo extraoficial em 2003 sem uma grande tiragem. Para minha surpresa Quisera foi uma das músicas mais fáceis de gravar. Foi lá no estúdio do Vilson, o atual Music Box. E eu ainda cometi a gafe de querer ensinar a música para ele, que riu de mim, pediu para sacar a música em uma fita e me mandou ficar tranqüilo. No fim, a faixa Quisera saiu com a cara do Bebeco, uma guitarrinha ali sempre floreada e cheia de cor embelezando a melodia simplória de três ou quatro acordes que eu criei. Ele transformava acordes, atravessava intencionalmente o tempo, dividia os compassos de muitas maneiras.


Viajamos na van do Gustavo Alves algumas vezes juntos, incluindo uma tour pelo oeste catarinense organizada por Egisto que marcou a volta do guitarrista por aquelas plagas e foi cheia de histórias engraçadas e outras nem tanto...como a do quarto de hotel recusado por Bebeco, em Monte Carlo (não em Mônaco, né?) devido ao quarto “ter um cheiro forte de defunto”.O dono do hotel ficou puto mas trocou o quarto senão iríamos embora dali rapidinho.O chefe era assim. Exigente, minucioso com sua carreira e mandingas.

No oeste catarinense se concentra uma grande legião de fãs e Bebeco tocava em Chapecó, Joaçaba, São Miguel do Oeste, Concórdia, Montecarlo e Xanxerê e outras, todos os anos, sempre lotando as casas de show. Certa vez em Joaçaba, carregando equipamentos no backstage eu tropecei em um cabo, o que foi suficiente para desligar tudo, e a banda já estava no palco para tocar. Felizmente eu ainda estava em condições de avisar os operadores da casa e o problema foi resolvido!


COMO AMIGO UM BRINCALHÃO, COMO MÚSICO EXIGENTE E MINUCIOSO

Pai de quatro filhos, brincalhão, mas nunca debochado, simples mas refinado, classudo, Bebeco vivia sua música e era apaixonado pelos seus instrumentos. Gostava também de um bom “peixinho e um vinhozinho”, como ele mesmo pedia para comer e beber em noites de show. Metódico e minucioso na arte de compor, poderia demorar meses para escrever e reescrever uma canção. E nunca tocava as músicas do mesmo modo no palco. Adepto do improviso, próprio do mais puro rock and roll, admirava e bebia na fonte caudalosa do blues e suas vertentes. Era amante do blues, de boas leituras sobre música (conheci sua coleção de Rolling Stone Edição Brasileira e da Revista POP, bíblia dos jovens brasileiros dos anos 70) e das boas guitarras. Dominava o lap steel como ninguém.

Conheci o profissional Bebeco, o cara que não deixava encostar em nenhum de seus instrumentos (a lá Jeff Beck, que ameaçou agredir um repórter mais avançadinho que em uma entrevista fez menção de tocar uma de suas strato), o guitarrista que, em viagem, não admitia ficar um minuto longe de sua sacola azul de pedais: - “Baleia, cadê a sacola azul?”. No caso, eu era o Baleia (ah, Bebeco era um grande criador de apelidos, mas aí a coisa fica cabeluda e em outra oportunidae eu conto esta parte) e a sacola azul era aquelas mochilas antigas, de colégio, de carregar nas mãos, de um nylon bagaceiro, marca Tiger, sacam? Lotada de pedais vintage e outros nem tanto...


Egisto Dal Santo, de baixista escolhido para tocar virou seu melhor amigo na música e durante onze anos, de 1998 a 2009 foi uma espécie de manager, produtor artístico e musical, arranjador e empresário de Bebeco. Bem ao seu estilo, entrou de cabeça na carreira do guitarrista e, ao seu modo, virou um superbaixista que ainda por cima fazia de tudo para que a idéia do Bando dos Ciganos fosse adiante e vingasse. Em 1997 Bebeco tinha lançado Aleluia, Aleluia, seu primeiro disco solo, um CD independente, sob a alcunha de BB & Co, um disco que apesar de trazer a mesma qualidade de sempre, não marcou muito pela fraca exposição na mídia de um artista que estava se adaptando á carreira solo, independente. Mesmo assim nas rádios malditas (leia-se Ipanema FM, em Porto Alegre, e Fluminense, no Rio de Janeiro, Aleluia, Aleluia se tornou hit.

Bebeco sempre morou em vários lugares, era um cigano (ahá, viram?), gostava da estrada ao qual se acostumou, tinha casa no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, a casa dos familiares em Rio Grande e uma espécie de QG na Rua Silveiro, no Menino Deus, Porto Alegre. E conquistou ao longo da estrada amigos que o hospedavam por todos os lugares. Atualmente morava em um apartamento na Ladeira da Conceição, em São Paulo, bem no centro da segunda maior megalópole do mundo.


A Coleção Hot 20, lançada em 1999, foi um sucesso em que a gravadora não apostava. Na verdade vendeu relativamente bem (cerca de 30 mil CDs cada banda, um bom número para a novidade deste material em CD) acabou por empurrar de volta para a cena as bandas que nela entraram, TNT, Replicantes, Engenheiros do Hawaii e De Falla, que voltaram para a estrada com o impulso. Com Bebeco não foi diferente pois as vendas da coletânea das melhores músicas dos três melhores discos dos Garotos da Rua colaboraram para que a carreira solo que se iniciava fosse melhor divulgada.

Quem nunca pôde comprar um LP dos Garotos agora tinha as melhores canções da fase band leader de Bebeco em um só CD. Foi neste momento que Bebeco, pela primeira vez produzido por Egisto Dal Santo, lançou quase que ao mesmo tempo Me Chamam Curto Circuíto, um disco pulsante e nervoso, que trazia um Bebeco renovado, a fim de assunto (como diria o grande baterista e impagável frasista Fabio Ly, que adotou acertadamente este nome descartando o Musklinho dos velhos tempos por sugestão do chefe Bebeco e influência de Egisto).

Me Chamam Curto Circuíto era um lançamento cheio de músicas contagiantes com sacadas bacanas e letras reveladoras da personalidade de Bebeco. O som do disco traz evidente a mão do produtor Egisto e a projeção sonora dos tempos dos primeiros álbuns dos Garotos da Rua, além da participação pela primeira vez do seu filho Pedro Garcia na bateria. Timbres maravilhosos e hits como A Vida é Dura Rapaz e Um Dia No Futuro e a avassaladora Me Chamam Curto Circuíto. O disco saiu pelo selo Top Cat, administrado pelo seu amigo e bluseiro Big Gilson, guitarrista da Big Allanbik, banda que marcou época no blues brasileiro.


A partir daí fazendo alguns shows mais seguidamente pela região sul do país (inclua Buenos Aires com o Teatro San Martín lotado aplaudindo de pé em um Domingo) e divulgando suas novas músicas e nova banda, agora como Bebeco Garcia & o Bando dos Ciganos, grava um disco ao vivo que certamente tem um dos melhores áudios dentre os discos de rock gravados assim no Brasil. O clima de comoção que impregnou o Teatro Bruno Kiefer naquela noite da gravação do CD Série Palco – Ao Vivo, em 2001, ficou evidenciado no registro da gravação, assim com o a brilhante performance da banda toda, que emocionou ainda mais o público resultando em um disco antológico, obrigatório, apesar da capa muito pouco criativa (disco de série) e nada a ver com a beleza do som do disco nela contido. O responsável pela operação da mesa naquela noite foi Mário Dal Santo, irmão de Egisto, igualmente fã de Bebeco e competente engenheiro de som, sempre ensinado pelo irmão mais velho.

Algum tempo depois houve uma mudança. O baterista oficial passou a ser o elegante Edinho Galhardi, o mesmo amigo e batera dos tempos dos Garotos, o Mounsier, como Bebeco fazia com que todos o chamassem. Edinho foi uma peça muito importante depois da saída de Fábio Ly do Bando dos Ciganos, mantendo o peso e a precisão de Fábio e acrescentando em entrosamento, por ter sido o baterista original dos Garotos da Rua. Fábio não teve desavenças maiores mas resolveu sair e foi tocar com Charles Master naquele momento.


Confidencial, lançado em 2003, é um disco cultuado pelos fãs, uma obra confessional e apaixonada onde Bebeco revela muito mais de si mesmo, tanto na música, como multinstrumentista, arranjador e produtor, quanto nas letras, cada vez mais francas, apaixonadas e diretas. O disco tem uma conotação diferente de todos os outros por ser totalmente caseiro, artesanal, gravado e mixado no aconchego do lar e da família. Quem tem este disco sabe do que estou falando, assim escrevendo é difícil transferir a coisa, entenderam? É neste disco que surge a parceria autoral com Egisto. Há mais de dez anos, então, que Bebeco só compunha sozinho.Além disso, Eu Sei que Você Sabe, só de Egisto, foi uma das poucas músicas de outros autores que Bebeco registrou.

Bebeco lançou pela última vez um disco em 2005, desta vez escancarando abertamente seu amor pelo blues (aqui cabe lembrar, ele não tinha nenhum preconceito musical, poderia gostar de Roy Buchanan tanto quanto de B. Negão ou música eletrônica. Era comum vê-lo usar camisetas de Bob Marley ou Ramones). Um disco de bluseiro, com solos maliciosos, uma capa condizente com a beleza do som gravado e de várias músicas que ainda vão tocar muito, como Paris Hotel, Beijo Guardado e Prefiro Não Acreditar (aliás, é o que estou sentindo desde o telefonema do Egisto e do velório, meu primeiro e último, pois prefiro lembrar do meu amigo sorrindo, fazendo piada e tocando. Bebeco foi enterrado com suas botas mais bonitas, bem vestido, elegante como ele, vaidoso, gostava de estar sempre). Just a rocker.


ÚLTIMO SHOW EM PORTO ALEGRE

Espero ter passado aquilo que sei a fim de complementar um pouco as informações que rolam pela mídia, incluindo este terreno inóspito ainda da internet, da blogosfera. Bebeco foi meu primeiro ídolo musical e nunca esperava um dia ser seu amigo, mas felizmente as coisas aconteceram mais ou menos assim como eu contei. Muitas vezes nos encontramos na casa do Egisto, nos estúdios, na minha casa, em viagens para shows onde eu auxiliava a troupe em troca de uns trocados, alguma comida e bebida e muita, muita diversão.

Certa vez falei para ele o que muitos gostariam de falar: - “Cara, se os Rolling Stones precisassem de um guitarrista para substituir Ron Wood ou Keith Richards, na minha opinião tu seria um grande substituto”. No Morrostock 2009 Bebeco foi destaque e fez a gurizada enlouquecer na lama, mas eu lamentavelmente não pude ir a Sapiranga.

Para seus filhos e familiares e amigos do peito deixo minhas condolências. O último dia que eu pude curtir a minha fanzice e o meu amigo foi em 15 de novembro de 2009. Era dia de show no bar Ocidente, com a formação paulista com Tuba, dos Feicheclaires, na Bateria, e com o baixista Joe Klenner, dono do Inferno, um pub do rock que fica na Rua Augusta, em São Paulo. De tarde o cara passou aqui em casa e me levou estava cheio de luzes daquelas porradas para a gravação de um DVD.


No final do show eu abracei e belisquei a bochecha do Bebeco, pela primeira e última vez, e lhe dei um abraço forte de parabéns. Naquele momento eu e as mais ou menos 120 pessoas que ali estavam tínhamos a certeza de ter presenciado algo mais, uma sublime apresentação de um verdadeiro frontman, um autêntico músico, um raro artista, em um legítimo show de rock.

Texto: Frank Franklin & Egisto Dal Santo
Fotos: Giovani Paim

5 comentários:

Leonardo Prado disse...

Deus abençoe o mestre da guitarra. lembro de um show maravilhoso, mas de casa meia bomba, lá no porto de elis, showzaço, depois fui de canto no camarim e tomei um drinke com a rapaziada. baita show. bando dos ciganos. tenho um adesivo desse show até hoje. volteir errante nos cordoes da protasio, em alfa.

Anônimo disse...

poxa, é dificil mesmo falar alguma coisa ou mesmo imaginar como se dá um tumor desses. como afinal isso ocorre?, tão de repente e tá td tão mal esclarecido o pq de ter dado isso nele. ainda mais com um bebeco que nunca foi de se extrapolar em vicios e q estava absolutamente são e conscientissimo nos seus ultimos shows. tinha ele algum tipo de sofrimento? estava ele super preocupado e se pressionando por alguma coisa? ainda não sei nada disso. mas me preocupo mto. o vocalista da banda Blindagem do PR, q estava adicionada no perfil do palcomp3 dele, havia morrido 1 mês antes. era outro vocalista de presença marcante. vão lá e ouçam e vejam como as letras dos ultimos discos do Bebeco se casavam com as dessa banda. Ambas letras diretas e no bom portugues!
mas então, essa matéria tá excelente e me emocionou lê-la tanto qto reescutar varios e varios sons do Bebeco e dos inesqueciveis Garotos da Rua.

e sobre a pessoa do Bebeco, eu já li vários comentarios do gentleman q ele era. de gente q o encontrava na rua e conversava. gente q ganhou um disco dele por ter oferecido carona. gente q tinha altas conversas sobre guitarras e o rock em geral com ele.
e tem uma parte da matéria q tu fala do fabio q saiu da banda solo do bebeco e foi tocar com o charles master. bom, que bom q foi com o charles, outro musico inesquecivel e q por sorte continua tocando. bom, vamos aproveit-alos, então. flavio basso ( o mais doidão de tds, mas taí tb) o wander, o nei van soria 9 sempre achei o mais certinho), alemao ronaldo ( e sua irreverencia) . mas igual ao bebeco...não há e nem vai haver. até pq, tds na verdade são diferente entre eles e tds somos diferentes uns dos outros, mas "uns mais iguais q os outros" , como os Engenheiros já cantaram...

Anônimo disse...

bom, o ultimo show do Bebeco pra mim foi num longinquo 2004. foi o ultimo show q eu vi dele. foi um acustico simples. um pocket show, só ele e a guitarra. e pensar q foi tudo tão simples...

Tiago Ray disse...

Quatro meses antes de nos deixar ele me mandou um autógrafo,que há muito tempo eu esperava.Ele diz o seguinte:"Tiago,muita luta,muito sucesso.Abraços,Bebeco.Sem dúvida isso foi uma despedida.Desde os meus sete anos de idade curto o som dele.Que as forças sublimes o iluminem,pois agora seu palco é mais especial,ele fica em outra dimensão esférica.

anonimo disse...

q pedal é esse amarelo da foto?

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RamonR