Damn Laser Vampires - Resenha Three-Gun Mojo



A maior parte das bandas nasce de uma única vontade: farrear. Garotos e garotas que se unem para tocar para outros garotos e garotas pelo simples prazer de estar ali. Com o tempo, a farra pode tomar dois caminhos que, estranhamente, não costumam andar juntos. Ou aumenta e vira o tal tesão pela vida que Iggy Pop cantou ou torna-se trabalho, rotina, obrigação de “dar certo”.

O caso dos Damn Laser Vampires é o primeiro. Sua concepção de “dar certo” aplica-se, no máximo, à realização de um bom show. E também um bom disco. Nesse caso, espero que a apresentação programada para ontem, no Dr. Jekyll, tenha dado certo. Ontem, os DLV apresentariam seu segundo e novo disco, Three-Gun Mojo, um pequeno tratado de como fazer rock dançante com personalidade e sem frescura (e sem baixo, também).

Registrado quase todo ao vivo num estúdio em São Paulo por Ron Selistre (vocal e guitarra), Francis K (guitarra) e Michel Munhoz (bateria), o álbum quase não viu a luz do dia. Depois de praticamente um ano parado por problemas com o selo responsável pela prensagem e distribuição, acabou saindo graças àquela bem-vinda ajudinha dos amigos, que gravaram e produziram a bolachinha.

– A espera foi até boa, conseguimos nesse intervalo fazer uma pós-produção melhor do que a original – explica Ron.

Three-Gun Mojo é de fato superior em apuro técnico se comparado a seu antecessor, Gotham Beggars Syndicate (2006), mas a pílula não foi dourada suficientemente para fazer dos DLV um hit de FM ou trilha sonora de academia de ginástica. Suas 13 faixas mantêm a estética de cabaré de fim de mundo que consagrou o trio, com guitarras rápidas, bateria abafada e vocal sólido e de acento anos 1950.

– Não temos formatação para rádio ou algo assim. Nosso nicho é o porão. Fora que é preciso que haja alguma realização além da grana – decreta o vocalista.

O tesão pela vida dos Damn Laser Vampires poderá ser conferido de graça no domingo na Fundação Ecarta (João Pessoa, 943), quando o trio apresenta um pocket show com as músicas novas misturadas com as antigas. Se tudo der certo, claro.

CLICRBS/ Remix ZH

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RamonR