Ian Curtis - 25 Anos de Ausência

Photobucket


Manchester, Inglaterra, 18 de maio de 2006. A cinzenta cidade industrial inglesa foi palco de peregrinações de fãs vindos de todos os lados da Europa, que lá estiveram para homenagear um de seus mais ilustres rebentos, Ian Curtis vocalista e líder da extinta banda Joy Division, que se suicidou em 1980 no auge da ascensão da banda.

A BBC de Londres exibiu vários documentários e shows lendários, dentre estes o famoso show no programa de TV do falecido John Peel. Amostras, eventos e debates sobre a banda pipocaram por toda cidade.

O Joy Division esta na pauta do dia de revistas de música e programas afins, graças ao filme que será rodado a partir de julho contando a curta, mas genial vida de Ian, baseado no livro “Thouching From a Distance” escrito por sua mulher Deborah Curtis, que será a co-produtora.

O diretor será o holandês Anton Corbijn, fotógrafo/diretor de clipes, conhecido por seus trabalhos com o U2. Será a estréia de Corbijn na direção.

O filme deverá se chamar “Control” e já tem elenco escalado: o novato San Riley fará o papel de Ian Curtis, Samantha Morton fará o papel da esposa e a atriz romena Alexandra Maria Lara fará o papel de sua amante Role Annik Honoré.

O New Order fará a trilha sonora, e alem disto um disco de covers do Joy será lançado para acompanhar o lançamento do filme, U2, The Doves, Marilyn Manson e Kraftwerk já foram contatados para fazerem suas versões. Somente o kraftwerk negou o pedido, dizendo-se incapacitado em mexer em uma música do Joy Division.

Falar que Ian Curtis é complexo, sombrio, e chover no molhado, mas segundo sua esposa o que o filme deverá mostrar é um lado de Ian pouco conhecido dos fãs: as suas difíceis relações com ela e com Annik Honore, sua amante a época de sua morte, a sua epilepsia e o seu árduo e consumidor trabalho artístico com o Joy Division. O lançamento do filme é aguardado para o começo de 2007.


Breve História



“A existência, sim o que importa?
Eu existo da melhor forma que posso
O passado agora é parte do meu futuro
O presente esta fora do alcance

Coração e alma,
Qual dos dois arderá?”

( Heart and Soul)




Dentre tantas bandas famosas e frutíferas que a cidade de Manchester produziu: The Smiths, Buzzcocks, Oasis, Stone Roses, Happy Mondays, The Fall, o Joy Division ocupa imaculado posto de destaque graças à aura de mistério que envolvia Ian e a banda, que foi considerada a maior banda cult de todos os tempos.

Em 1977 a Anarchy Tour dos Sex Pistols rodava a Inglaterra, durante uma das apresentações em Manchester havia três amigos que se conheciam desde a infância: Bernard Sumner, Peter Hook e Terry Mason. Uma outra figura bem comum em todos os shows de Rock da época estava lá também. Seu nome era Ian Curtis. Ian já era uma figura cult na área – um excêntrico fã de Lou Reed, Iggy Pop e David Bowie, que escrevia poesias e costumava ir para a escola usando blazer cor-de-rosa. Dias após o Show do Pistols os 3 amigos decidiram formar uma banda e colocaram um anúncio no jornal de Bernard procurando por um vocalista; Ian responde e assim começa a trajetória da banda, que teve como primeiro nome Warsaw, nome retirado de uma música de Bowie.

Eram tempos de punk music e “do it yourself” era o lema, qualquer um podia fazer música, já se destacar no meio de tantas bandas (boas bandas) não era tarefa fácil. O Warsaw não chamou muito a atenção, soava como muitas bandas punks da época.

Alguns shows depois, o Warsaw ganhou novo baterista Stephen Morris e virou Joy Division seguindo a sugestão de Ian Curtis. Este nome foi extraído do livro The House Of Dolls, que descrevia os horrores do nazismo (tema obsessivo para Ian), e significa Divisões do Prazer: alojamentos destinados às mulheres judias que eram obrigadas a se prostituir nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.


A primeira apresentação como Joy Division ocorreu no dia 25 de janeiro de 1978, na Pip's Disco, em Manchester. No dia 14 de abril, a banda participou de um festival onde o vencedor teria um contrato com a gravadora Stiff. O Joy Division não venceu, mas chamou a atenção de Tony Wilson, apresentador de um programa de TV, que se tornou o empresário da banda, e dono da importante gravadora factory.

No final de 78 o Joy se apresentou pela primeira vez em Londres e em janeiro de 79 foi capa da New Music Express, chamando cada vez mais a atenção do público. Urgia o lançamento do primeiro disco.

Em abril de 1979 foi gravado o álbum Unknown Pleasures em apenas quatro dias e meio, e lançado em junho. Com a produção de Martin Hanett e o talento dos jovens músicos o LP de estréia foi aclamado pela crítica, usando de vários efeitos inovadores para a época e trazendo bateria e baixo em primeiro plano, foi considerado um dos melhores álbuns de estréia de todos os tempos.
Clique AQUI e baixe a parte 1
Clique AQUI e baixe a parte 2


Os shows começaram a se multiplicar, a banda se apresentava em palcos com pouca ou nenhuma iluminação em apresentações cada vez mais enérgicas e desesperadas, Ian ia as vias de fato na interpretação de suas letras melancólicas, se contorcia em uma dança sincopada e maníaca, ele era epiléptico e repetia inconscientemente os movimentos que fazia durante seus ataques.

O Joy Division já possuía um grupo fiel de admiradores, que os seguia onde quer que fossem e se vestiam à maneira austera da Alemanha dos anos 40.

O segundo álbum foi gravado em março de 1980 em 12 dias. Chamado Closer (Mais Perto; cabe aqui a pergunta: mais perto do que?). Pelo nome e pela capa, deduz-se o que estava por vir. Os teclados foram o destaque deste disco que teve a bateria e os vocais gravados numa abóbada de estuque, especialmente desenvolvida para criar uma atmosfera lúgubre, tudo em Closer é enigmático: a capa, as letras, e sobretudo o som.
Clique AQUI e baixe a parte 1
Clique AQUI e baixe a parte 2


No mês seguinte alguns concertos foram cancelados devido a problemas de saúde do vocalista. O grande número de shows marcados ajudou a piorar a epilepsia de Ian Curtis, que era cada vez mais freqüente. No final de um show no Rainbow, em Londres, Ian teve um ataque epiléptico e acabou caindo violentamente em cima da bateria, para delírio da platéia que não sabia o que estava ocorrendo, achando que fazia parte da apresentação.

As pessoas admiravam Ian pelas coisas que estavam matando-o, diria a esposa Deborah Curtis na biografia escrita por ela.


Uma turnê pelos USA estava marcada para breve. No dia 17 de maio Ian foi de carona com Peter Hook para sua casa, no carro uma conversa animada sobre a expectativa da turnê na América. À noite quando sua mulher chegou em casa não a deixou entrar, gritou pelo outro lado da porta que ela fosse para a casa de seus pais, ela obedeceu. Fumou cigarros, esvaziou uma garrafa de uisque, pôs a girar o vinil "The idiot", de Iggy Pop, viu na televisão o filme "The Stroszek", de Werner Herzog, e escreveu uma carta "Já não agüento mais", era a frase que se lia na segunda linha.

No dia 18 de maio de 1980, aos 23 anos, Ian Curtis é encontrado morto em sua casa, enforcado por uma corda utilizada como varal. Muitas especulações existem sobre os motivos de seu suicídio, alguns dizem que foi a epilepsia, outros os comprimidos que ele tomava por conta, ou ainda que era culpa pelo relacionamento que mantinha com sua amante.

O fato é que Ian estava em profunda depressão, depressão que ele enfrentava e acariciava como se fosse uma amiga. Passava muito tempo distante meditando, esperando pelos ataques epilépticos para que depois pudesse dormir.

Curtis falava obsessivamente da morte a ponto de antecipar seu próprio suicídio em letras como In a Lonely Place (Um lugar de paz), talvez ele realmente precisasse desse lugar. Terminava assim a carreira de um dos mais influentes grupos de todos os tempos, justamente quando estava preste a atingir seu auge.

O compacto Love Will Tear Us Apart foi lançado em maio e colocou o Joy Division pela primeira vez no Top 20 britânico. O álbum Closer, lançado no mês seguinte, chegou a atingir o número 6 na parada britânica. Ironicamente, o Joy Division atingiu sua maior popularidade quando já havia acabado e Curtis nunca chegou a ver o sucesso que desejava para o grupo.

O álbum Still lançado em 1981, continha sobras de estúdio e o último concerto do grupo, aumentando ainda mais o culto que foi criado em cima do Joy Division. Os remanescentes da banda, numa necessidade de esquecer a tragédia, deram início a uma Nova Ordem (a banda New Order) e se estabeleceram como um dos mais importantes grupos dos anos 80.

Clique AQUI e baixe a parte 1
Clique AQUI e baixe a parte 2
Clique AQUI e baixe a parte 3

Porém, o Joy Division ainda é uma lenda do Rock mundial. Ian e seus companheiros são cultuados como verdadeiros símbolos de uma juventude angustiada que encontrou abrigo e tornou-se órfã com o Joy Division.

O Legado


O Joy Division marcou definitivamente o rostinho macio e inocente da música pop, deixou uma cicatriz tão forte que ainda hoje é sentida, desde fãs assumidos como Kurt Cobain (Nirvana), Billy Corgan (Smashing Pumpkings), Trent Reznor (Nine Inch Nails), até as atuais bandas influenciadas como The Killers, Bloc Party, Interpool, The Editors.

Todos beberam nas vertentes do Joy, seja na musicalidade, na postura em palco e na própria postura na cena musical, no figurinno e nas letras sombrias e intensas do poeta mor Ian Curtis.

No Brasil também esta influência se fez sentir em bandas como Violeta de Outono, Finis Africae, Vzyadoc Moe, e outras mais conhecidas como a Legião Urbana onde as influências sonoras se vêem mais nitidamente no primeiro e no segundo álbum. Renato Russo sempre se declarou fã do Joy, vide a dança esquizofrênica que ele encarnava no palco, copiada do jeito de Ian dançar.

O Joy Division para sempre será não apenas uma forte influência na música rock/pop, mas um ideal a ser seguido, pois não é uma banda fácil de assimilar a primeira audição, se você tem preguiça esqueça!!! Se você se sentiu instigado, mergulhe fundo, ouça, leia, e contemple.



“Quando a rotina magoa muito
E as ambições se apagam
E o ressentimento voa alto
E as emoções não vão aumentar
E mudamos o nosso rumo
Tomando caminhos diferentes
Então o amor, o amor vai nos dilacerar novamente.”

( Love Will Tear us Apart)

>>>Leia mais sobre:

+++Yan Curtis
+++New Order

+++Informações sobre o filme Control

SENHA/PASSWORD: schlagz



Escrito por Gustavo Ôcalvo

8 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom tio....escutei toda discografia como trilha

Anônimo disse...

muito legal, incrivel a banda, q vou procurar conhecer mais! ahh... fico bonito o blogg com cara nova!!

Anônimo disse...

INTERESSANTE O ALTO NÍVEL DAS INFORMAÇÕES, O JOY DIVISION É BÁSICO PARA QUEM CURTE BOA MÚSICA E SABE O QUE ESTÁ OUVINDO. AS MÚSICAS DO JOY NÃO ENVELHECEM.
FELIPE...

Anônimo disse...

Bah!!! cadê o disco!!! coloca ele denovo!!!

Anônimo disse...

Tenho visitado sua página apenas uma semana e posso afirmar q fez um ótimo trabalho!! Parabéns!!
abraço

Anônimo disse...

Cara por favor teria como postar novamente os discos. Vlw!

Anônimo disse...

Véio, poderia postar as senhas dos discos "RAREADOS" do Joy Division??? O Material é de primeira, parabéns!

RamonRamyres disse...

Rateei nos "RAREADOS"...hehehehe
A senha: schlagz

Obrigado pelo alerta...

Postar um comentário

 
RamonR