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Marcelo Birck (Marcelo de Campos Velho Birck)

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Marcelo de Campos Velho Birck é um músico nascido em Porto Alegre, 13 de agosto de 1965. Cantor, compositor e guitarrista, Marcelo Birck formou-se Bacharel em Composição Musical na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e depois aperfeiçoou-se com um Mestrado em Composição e Novas Tecnologias pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Sua dissertação versou sobre associações de séries matemáticas complexas derivadas do Xadrez, do I Ching e do Calendário Maia com design de som e composição.

Foi professor substituto na UFRGS de disciplinas como Acústica, Improvisação Musical e Laboratório Experimental de Música entre 1999 e 2000, e professor-colaborador na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) nas disciplinas Análise Musical, Laboratório, Música e Mídia e Prática de Conjunto e Arranjo entre 2002 e 2003. Tem vários artigos e trabalhos completos de pesquisa em música publicados em veículos especializados. Pois é...

Mas vamos ao que interessa, amigos de infância, Marcelo Birck e Frank Jorge começaram na banda Prisão de Ventre, que durou de 1982 a 85 e misturava jovem guarda, new wave e Arrigo Barnabé. Completava o time o baterista Alemão Birck (Alexandre, irmão de Marcelo).

Em seguida, eles fundaram a Graforréia Xilarmônica, que marcou e ainda marca presença na cena musical gaúcha, com seu estilo eclético fundindo regionalismo e rock derivado da Jovem Guarda e dos Beatles. Com 4 CDs gravados, a banda foi pioneira na revalorização da Jovem Guarda, estilo que na proposta do grupo foi acrescido de experiências sonoras vanguardistas. Birck participa da demo-tape “Com Amor Muito Carinho”, como guitarrista, cantor e compositor. Algum tempo depois, Marcelo saiu da banda e ela continuou com Carlo Pianta (ex-Defalla) na guitarra.

Após sua saída, a banda continuou a executar várias de suas composições, algumas delas registradas nos 3 CDs seguintes: Coisa de Louco II (1995), Chapinhas de Ouro (1998) e Ao Vivo (2007). Mais informações podem ser obtidas no site da banda.

Enquanto se graduava na UFRGS deixou a Graforréia e formou a banda Aristóteles de Ananias Jr., cuja proposta era a investigação sonora. Esta fase se caracterizou por composições polimorfas, de estruturas originais, coloridas por manipulação de timbres em computador e instrumentações inusitadas. Nos shows a apresentação era perfomática, com figurinos e cenários criados pelo conjunto.


Com o recesso da Graforréia Xilarmônica, em 91, Birck decide radicalizar na pesquisa de sonoridades, cujo resultado pode ser conferido na demo-tape (1993) e no CD (1996) da banda Aristóteles de Ananias Jr.
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Na proposta do grupo, o rock dos anos 60 funciona como uma base sobre a qual são adicionadas outras referências, tais como contraponto, texturas atonais e ruídos. Recursos como descontinuidades, desconstrução, politexturas e improvisos (com espaço mesmo para soluções obtidas ao acaso) também são utilizadas, além de fazer uso de outras matrizes pop e eventualmente regionalismos.

O trabalho da Aristóteles de Ananias Jr., que incluiu também dois filmes trash em vídeo e vários videoclips, foi saudado por Arthur de Faria como a proposta mais radical acontecida no âmbito da música popular em terras gaúchas.

Sua associação seguinte foi com Leandro Blessmann, dando origem à banda Os Atonais, que se dedicou a um repertório romântico, às vezes irônico e brega, reminiscente da Jovem Guarda. Surgida no intervalo entre o final da Aristóteles de Ananias Jr. e o começo da carreira solo de Birck, Os Atonais foi a retomada da parceria com Leandro, compositor presente também em CDs da Graforréia Xilarmônica.

Com base principalmente na Jovem Guarda, a banda gravou um CD-R no ano de 99, trazendo composições de Birck e Blessmann, ambos nas guitarras e vocais. Thomas Dreher (bateria) e Felipe Petry completam a formação. Em algumas faixas do CD, Alexandre Birck aparece como baterista convidado. Produzido pelos próprios Atonais, o CD foi lançado em 2000, procurando adicionar timbres atuais à estética jovem-guardista do grupo. DOWNLOAD


Inicia carreira solo ainda em 2000 com um CD homônimo, o disco Marcelo Birck (lançado pela Grenal Records, seu próprio selo). Três clipes foram extraídos deste CD ("Ié-Ié-Ié do Oiapoque ao Chuí", "Tricicloscópio" e "O Meu Cigarro"). Onde pesquisou a fundo uma multiplicidade de referências. O CD constitui um painel caleidoscópico de sonoridades e estilos, semelhante ao trabalho na Aristóteles mas de longe mais controlado, maduro e radical. DOWNLOAD


Em 2008 o sobrinho do Peréio, lançou Timbres não Mentem Jamais, seu segundo CD solo (patrocinado pela Petrobrás) caracterizando-se pela investigação sonora, com influências de Jovem Guarda, Surf Music, Beatles, brega setentista, e vanguardas musicais dos séc. XX e XXI, sempre radicalizando os recursos oferecidos pelos meios computadorizados. DOWNLOAD



O resultado é um móbile de procedimentos musicais. Vanguarda (pesquisa de sonoridades inéditas) e Jovem Guarda (comunicação direta), gerando resultados pouco convencionais através da interação entre musicalidades distintas e pela descontextualização de elementos familiares. Um remix de tendências. Formação e informalidade. Linguagens artificiais, colagens, loops, vinhetas. Simultaneidades, letras com semântica absurda, mas com momentos pra cantar o amor.

A idéia principal é aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo atual período, aonde paradigmas vêm sendo relativizados e no qual existe uma profusão de suportes, propondo reflexões e desafios inéditos para a prática musical.

Nos shows, músicos tocando ao vivo interagem com bases gravadas. A concepção é complementada com a projeção de imagens criadas utilizando recursos de produção digital e analógica (animações em super-8 realizadas direto na película). No repertório, são apresentadas obras de toda a carreira de Birck.

Já trabalhou como produtor e arranjador com Júpiter Maçã, Luciane Cuervo e a banda Repolho. Dentre as ínúmeras apresentações que já fez, com seus vários grupos, destacam-se a do festival Isso é Música?! (2004), organizado por Hermano Vianna no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, e voltado para propostas musicais inovadoras, e a do TIM Festival 2006, ao lado das bandas The Bad Plus e Black Dice e de Caetano Veloso. Além disso, já participou da IX e da XV Bienal Brasileira de Música Contemporânea (1991 e 2001), promovidas pela FUNARTE, a do III Encontro Internacional de Música Eletroacústica, em Brasília (2003).


OBRA

Participação em bandas como instrumentista, cantor e co-autor

o Graforréia Xilarmônica

* Com Amor Muito Carinho (fita cassete, Graforréia Xilarmônica, 1988)

o Aristóteles de Ananias Jr.

* Aristóteles de Ananias Jr. (fita cassete, Aristóteles de Ananias Jr., 1993)
* Aristóteles de Ananias Jr. (CD, Grenal Records, 1996)-
* Canibalismo Odara (1994) (videoclip, direção de Gilson Vargas)
* Bico de Pato (1995) (videoclip, direção de Marcelo Birck e Ricardo Frantz)
* Saudades do Alegrete (1995) (videoclip, direção de Munir Klamt, Ricardo Frantz e Marcelo Birck)
* Fúlvio Silas II (1995) (videoclip, direção de Munir Klamt)
* Free-Way (1995) (videoclip, direção de Munir Klamt)
* Pagode Acebolado (1997) (videoclip, direção de Munir Klamt)
* Projeto espacial B (filme em vídeo, Aristóteles de Ananias Jr.)
* A Morte veio de Marte (filme em vídeo, Aristóteles de Ananias Jr.)


o Os Atonais

* Em Amplitude Modulada (CD, Os Atonais, 2000)

o Trabalhos solo

* Marcelo Birck (CD, Grenal Records, 2000)
* Timbres não mentem jamais (CD, Petrobrás, 2008)

Trabalhos publicados

* Acaso, Alfabeto e Eletricidade (1998)
* Música, Músicos e Prioridades (1999)
* Música Popular e Linguagens Artificiais: da influência do Op. 19/6, de Arnold Schoenberg, na composição de “Currículo Para Concerto e Orquestra” (2004)
* O Jogo de Xadrez Como Algoritmo Gerador de Timbre: Relato de Uma Experiência Composicional em C-Sound (2004)


>>> Veja uma resenha de "Os Timbres Não Mentem Jamais" por Marcelo Birck no Blog Desorientação.


 
RamonR