Vitor Ramil

Photobucket

Vitor Ramil vive em Satolep. Todos os seus discos têm sido gravados no Rio de Janeiro; lá, em Porto Alegre ou em Belém do Pará. Um público esperto acompanha muito de perto seu trabalho. Mas nada disso quer dizer que em algum momento ele tenha saído de Satolep.

Satolep é uma bela cidade, fria e úmida, situada no fim do fundo da América do Sul, às margens da Lagoa dos Patos. Suas ruas que avançam para um norte ou um oeste aproximados, terminam no campo; as que vão para um leste ou um sul, num mesmo lento e silencioso rio. Os campos do oeste metamorfoseiam-se, aos poucos, num intrigante conjunto de morros que abriga pedras, cachoeiras e árvores frutíferas. Os campos do norte são grandes latifúndios que o asfalto das estradas federais costura. Atravessando o rio no sentido leste, chega-se ao areião de uma praia; no sentido sul, à uma planície radical...

Seu reino: SATOLEP
Compositor, cantor e escritor, gaúcho de Pelotas, o caçula da familia Ramil, irmão de Kleiton e Kledir (lendária dupla da MPB e criadores dos Almôndegas), Vitor Ramil começou sua carreira artística ainda adolescente, no começo dos anos 80, com composições gravadas pelo grupo de seus irmãos.

Estrela, Estrela
Aos 18 anos de idade gravou seu primeiro disco Estrela, Estrela, com a presença de músicos e arranjadores que voltaria a encontrar em trabalhos futuros, como Egberto Gismonti, Wagner Tiso e Luis Avellar, além de participações das cantoras Zizi Possi e Tetê Espíndola. Neste período Zizi gravou algumas canções de Vitor, e Gal Costa deu sua versão para "Estrela, Estrela" no disco Fantasia. DOWNLOAD



A Paixão de V Segundo Ele Próprio1984 foi o ano de A Paixão de V Segundo Ele Próprio. Com um elenco enorme de importantes músicos brasileiros, este disco experimental e polêmico, produzido por Kleiton e Kledir, proporcionou ao público uma espécie de antevisão dos muitos caminhos que a inquietude levaria Vitor Ramil a percorrer futuramente. Eram vinte e duas canções cuja sonoridade ia da música medieval ao carnaval de rua, de orquestras completas a instrumentos de brinquedo, da eletrônica ao violão milongueiro. As letras misturavam regionalismo, poesia provençal, surrealismo e piadas. DOWNLOAD

Deste disco a grande intérprete argentina Mercedes Sosa gravou a milonga "Semeadura".

TangoEm 1987, tendo trocado o sul do Brasil, Porto Alegre, pelo Rio de Janeiro, Vitor lançou Tango. Diferentemente do disco anterior, este era o resultado do trabalho de um grupo pequeno de músicos a partir de um repertório também reduzido. Em oito canções o furor experimental e lúdico de antes cedeu lugar a letras densas e elaboradas de canções que viraram sucessos. O letrista se afirmava e o compositor tornava-se mais sutil, proporcionando aos músicos e grandes improvisadores como Nico Assumpção, Hélio Delmiro, Márcio Montarroyos, Leo Gandelman ou Carlos Bala perfomances marcantes. DOWNLOAD

O Barão de SatolepNa passagem dos anos 80 para os 90 Vitor afastou-se dos estúdios e passou a dedicar-se ao palco, pois quase não fizera shows até então. Foi quando nasceu o personagem Barão de Satolep, um nobre pelotense pálido e corcunda, alter-ego do artista. Dividindo alguns espetáculos com esta figura ao mesmo tempo divertida e mal-humorada, mesclando música, poesia, humor e teatro, Vitor começava a consolidar seu público e a aperfeiçoar sua interpretação.

Neste período não só definiu-se a música e postura do Vitor Ramil dos discos que viriam a ser gravados na segunda metade dos anos 90 como apresentou-se o Vitor Ramil escritor, através da novela Pequod, ficção criada a partir de passagens da infância do autor, de sua relação com o pai, de suas andanças pelo extremo sul do Brasil e pelo Uruguai.

Primeiro livro: PEQUODA partir do lançamento deste primeiro livro, em 1995, de grande repercussão junto à crítica e recentemente lançado na França, o artista passou a ocupar-se duplamente: música e literatura.

Mas mais do que pela escritura de Pequod os anos 90 ficaram marcados para Vitor Ramil como os anos em que começou a refletir sobre sua identidade de sulista e sua própria criação através do que chamou de A estética do frio. A busca dessa “estética do frio” deu-lhe a convicção de que o Rio Grande do Sul não estava à margem do centro do Brasil, mas sim no centro de uma outra história. Neste momento, significativamente, ele deixava o Rio de Janeiro para voltar a viver no Sul.

À Beça
Simultaneamente a Pequod aconteceu a gravação do cd À Beça. Tendo saído apenas como edição especial, em tiragem limitada, por uma revista de música de Porto Alegre, este disco representou seu primeiro esforço de realizar algo a partir das idéias da estética do frio. Com versos leves, cheios de coloquialidade, em melodias fluentes e inusitadas concepções rítmicas, o disco antecipava os dois próximos e mais importantes trabalhos: Ramilonga – A Estética do Frio e Tambong. DOWNLOAD

Ramilonga – A Estética do FrioEm Ramilonga – A Estética do Frio, gravado em Porto Alegre em 1997, Vitor inaugura as sete cidades da milonga (ritmo comum ao Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina): Rigor, Profundidade, Clareza, Concisão, Pureza, Leveza e Melancolia. Através delas a poesia de onze “ramilongas” percorre o imaginário regional gaúcho mesclando o linguajar gauchesco do homem do campo à fala coloquial dos centros urbanos. A reflexão acerca da identidade de quem vive no extremo sul do Brasil começa pela recusa ao estereótipo do gauchismo. DOWNLOAD

O canto forte dá lugar a uma expressividade sofisticada e suave; instrumentos convencionais são substituídos por outros, como os indianos e africanos, nunca antes reunidos neste gênero de música. Pela contundência de suas idéias, pela originalidade de sua concepção, Ramilonga é uma espécie de marco zero na carreira de Vitor Ramil.

Tambong
Tambong, seu trabalho seguinte, foi gravado em Buenos Aires, em 2000, sob a produção de Pedro Aznar. Seu resultado é a confirmação da idéia de estar “no centro de uma outra história”, com a musicalidade e poesia brasileiras combinadas com as dos países do Prata a fluir naturalmente em quatorze temas cujos arranjos fazem deste um dos trabalhos mais originais da moderna música brasileira. DOWNLOAD


Tambong saiu em duas versões, português e espanhol. Para realizá-lo Vitor trabalhou com músicos argentinos, como o percussionista Santiago Vazquez, que o acompanha nos shows, e contou com a participação dos artistas brasileiros Egberto Gismonti, Lenine, Chico César e João Barone. DOWNLOAD

Os shows de lançamento de Tambong levaram para o palco a vibração rítmica e as sutilezas harmônicas e melódicas do disco em meio a uma bela produção de luz e cenografia. Começaram com o espetáculo de abertura criado especialmente para o primeiro Forum Social Mundial em Porto Alegre e, depois, foram readaptados para uma temporada de um mês no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. Na Argentina o lançamento aconteceu em outubro de 2001, com dois espetáculos em Buenos Aires.

No ano de 2002, com sua banda brasileiro-argentina (Santiago Vazquez, percussão; André Gomes, píccolo bass e sitar; Roger Scarton, harmonium e guitarra) levou Tambong em turnê pelas principais capitais do Brasil.


Em 2003 Vitor apresentou seu primeiro show solo em Montevidéu, Uruguai, Sala Zitarrosa, mesmo local onde tocara, no final de 2002, com o compositor e intérprete uruguaio Jorge Drexler, hoje seu parceiro.

Ainda em 2003 apresentou-se com sua banda na Suíça, nas cidades de Genebra, Zurique e Schaffhouse. Em Genebra, no Teatro St. Gervais, Vitor deu uma conferência, tendo como tema “A estética do frio”. Em Paris, no mesmo período, participou do evento de lançamento da tradução para o francês de seu livro Pequod, pela editora L’Harmattan.

Além de seu livro Pequod, suas canções vem sendo distribuídas na Europa em coletâneas inglesas, espanholas e portuguesas. Sobre Vitor Ramil escreveu o produtor londrino John Armstrong: “Why hasn’t this genious dominated the world of music yet?”

LongesOutubro de 2004 é a data de lançamento de Longes, seu sétimo álbum, também gravado em Buenos Aires e produzido por Pedro Aznar. Neste trabalho Vitor Ramil aprofunda e aperfeiçoa a linguagem que começou a elaborar nos trabalhos anteriores, Ramilonga e Tambong. Se em Ramilonga chamava a atenção a unidade em torno de temas e timbres e se a marca de Tambong era a diversidade sonora e poética, Longes pode ser definido como uma síntese dessas qualidades, por mais paradoxal que isso pareça, e um avanço a partir delas. DOWNLOAD

Os arranjos de Longes têm sua base no violão de aço arpejado de Vitor Ramil e nos baixos melódicos de Pedro Aznar. Participam também Santiago Vazquez e Marcos Suzano nas percussões, o baterista Christian Judurcha, o pianista clássico Gabriel Victora, o guitarrista Bernardo Bosísio, a cantora Adriana Maciel, um quarteto de sopros e uma orquestra de cordas.

A apresentação gráfica de Longes traz fotografias feitas por Vitor e sua mulher Ana Ruth em vários países, além de fragmentos de Satolep, romance que Vitor escreveu simultaneamente à criação das canções do disco.

Satolep Sambatown é o nome do novo CD de Vitor Ramil, em parceria com o percussionista Marcos Suzano. A dupla criou uma sonoridade diferente, em que instrumentos convencionais se misturam a ‘samplers’ e sintetizadores.

O projeto tem a marca da dupla em tudo. Eles dividem a produção do disco, tocam os instrumentos, experimentam sons e mantêm suas raízes musicais. Essa comunhão é representada até no nome do álbum: “Satolep” é Pelotas (cidade natal de Vitor Ramil) escrita ao contrário, e “Sambatown” vem do primeiro álbum solo de Marcos Suzano, de 1996. DOWNLOAD

O álbum conta com participação de Jorge Drexler e da carioca Kátia B. “Satolep Sambatown” é um disco de experimentações. Nele encontramos um repertório que mistura o samba, o choro e a milonga, ritmo mais conhecido no Rio Grande do Sul, com uma base eletrônica. Tudo isso é novidade na trajetória da dupla, que também se uniu especialmente para esse trabalho.




Texto: adaptado por RR do release original do músico.
Pesquisa: Gustavo Ôcalvo.


>>> Site Oficial


DISCOGRAFIA:
• Estrela, Estrela (1981)
• A Paixão de V Segundo Ele Próprio (1984)
• Tango (1987)
• À Beça (1996)
• Ramilonga – A Estética do Frio (1997)
• Tambong (2000)
• Longes (2004)
• Satolep Sambatown (2007) (com Marcos Suzano)

"Sinto hoje em Satolep
O que há muito não sentia
O limiar da verdade
Roçando na face nua
As coisas não têm segredo
No corredor dessa nossa casa
Onde eu fico só com minha voz
A Dalva e o Kleber na sala
Tomando o mate das sete
A Vó vem vindo da copa
Trazendo queijo em pedaços
Eu liberto nas palavras
Transmuto a minha vida em versos
Da maneira que eu bem quiser
Depois de tanto tempo de estudo
Venho pra cá em busca de mim...

...O que a gente quer é ser feliz
A paz do indivíduo é a paz do mundo
E viva o Rio Grande do Sul!...

...Eu existo em Satolep
E nela serei pra sempre
O nome de cada pedra
E as luzes perdidas na neblina
Quem viver verá que estou ali..."


Jamiroquai

Photobucket
A banda londrina Jamiroquai foi formada em 1992, para resgatar um pouco do estilo musical da década de 60 e 70, especialmente, a disco music, o soul e o R&B, um tanto esquecidos pela atual geração. É composta inicialmente pelo vocalista e compositor Jason Kay, o baixista Stuart Zender, o tecladista Toby Smith, o baterista Derrick McKenzie e pelo músico Wallis Buchanan.

Formação original


Em outubro de 92, lançam um single independente, intitulado de "When You Gonna Learn?", que chama atenção de público e crítica no Reino Unido.


No ano seguinte, assinam contrato com a mega gravadora Sony, e gravam o disco de estréia, chamado de "Emergency On The Planet Earth", com letras ecologicamente corretas. As músicas “Too Young To Die” e “Blow Your Mind” ficam entre o Top 10 da Inglaterra.



O segundo álbum lançado é "The Return of the Space Cowboy", de 1995, que determina o sucesso da banda na Europa e no Japão. Nesta época o percussionista Sola Akingbola, passa a integrar o Jamiroquai.

Com o CD "Travelling Without Moving", de 1996, as músicas “Alright”, “Cosmic Girl” e “Virtual Insanity” ganham destaque e a América se rende ao som do grupo, recebendo inclusive o disco de platina nos Estados Unidos. No ano seguinte ganham o prêmio de Melhor Performance no MTV Video Music Awards.
Em 1998, o baixista Zander decide deixar a banda, para substituí-lo, é chamado para a formação Nick Fyffe. Ainda neste ano e o Jamiroquai gravou a canção "Deeper Underground", para o trilha sonora do filme Godzilla.

No ano seguinte, 1999, é lançado no mercado mundial "Synkronized".

Para divulgar o CD, a banda esteve pela segunda vez no Brasil, em agosto, a primeira visita ao pais se deu em 1997, em uma estupenda apresentação no Free Jazz Festival.

No ano de 2000, passa a integrar a formação, o guitarrista Rob Harris. Após um intervalo de dois anos, gravam um novo trabalho, o quinto disco, "A Funk Odissey", que mais uma vez eleva a banda a grande sucesso mundial.

Após quatro anos de espera, já credenciado como uma das bandas mais importantes no Reino Unido, assim como no cenário da música internacional a banda volta em grande estilo! "Dynamite" é o mais recente álbum do Jamiroquai, montado no acid jazz, com forte mistura de funk, jazz e pop.

O disco foi composto e gravado na Espanha, Itália, Costa Rica, Escócia, Nova York e Los Angeles, além da casa do vocalista em Buckinghamshire, Inglaterra. Puxado pela ultra-dançante "Feels Just Like It Should", o CD traz um leque de singles, como a groove faixa-título, além de "Starchild", "Seven Days" e "Black Devil Car", entre outros.

>>>Adaptado por RR, de Rock de A a Z.


>>>Site Oficial





DISCOGRAFIA:
• Emergency on Planet Earth (1993)
• Return of the Space Cowboy (1995)
• Travelling Without Moving (1996)
• Synkronized (1999)
• A Funk Odissey (2001)
• Dynamite (2005)







A seguir os discos oficiais desta banda que influencia muita gente desde o início dos 90':

A senha para descompactar: britpoint

(1993) Emergency on Planet Earth

DOWNLOAD











1 - When You Gonna Learn?
2 - Too Young to Die
3 - Hooked Up
4 - If I Like It, I Do It
5 - Emergency On Planet Earth
6 - Music Of The Mind
7 - Whatever It Is, I Just Can't Stop
8 - Blow Your Mind
9 - Revolution 1993
10 - Didgin' Out


(1994) The Return Of The Space Cowboy

DOWNLOAD











1 - Just Another Story
2 - Stillness In Time
3 - Half The Man
4 - Light Years
5 - Manifest Destiny
6 - The Kids
7 - Mr Moon
8 - Scam
9 - Journey To Arnhemland
10 - Morning Glory
11 - Space Cowboy


(1996) Travelling Without Moving

DOWNLOAD











1 - Virtual Insanity
2 - Cosmic Girl
3 - Use The Force
4 - Everyday
5 - Alright
6 - High Times
7 - Drifting Along
8 - Didjerama
9 - Didjital Vibrations
10 - Travelling Without Moving
11 - You Are My Love
12 - Spend A Lifetime
13 - Do You Know Where You're Coming F
14 - Funktion


(1999) Synkronized

DOWNLOAD











1 - Canned Heat
2 - Planet Home
3 - Black Capricorn Day
4 - Soul Education
5 - Falling
6 - Destitute Illusions
7 - Supersonic
8 - Butterfly
9 - Where Do We Go From Here?
10 - King For A Day
11 - Deeper Underground


(2001) A Funk Odyssey


DOWNLOAD










1 - Feel So Good
2 - Little L
3 - You Give Me Something
4 - Corner Of The Earth
5 - Love Foolosophy
6 - Stop Don't Panic
7 - Black Crow
8 - Main Vein
9 - Twenty Zero One
10 - Picture Of My Life
11 - Hiddem Track


(2005) Dynamite

DOWNLOAD











1 - Feels Just Like It Should
2 - Dynamite
3 - Seven Days In Sunny June
4 - Electric Mistress
5 - Starchild
6 - Love Blind
7 - Talullah
8 - (Don't) Give Hate A Chance
9 - World That He Wants
10 - Black Devil Car
11 - Hot Tequila Brown
12 - Time Won't Wait


SENHA/PASSWORD: britpoint


Julio Reny

Julio Reny (Julio Reni Barbo)

Julio Reny
1959 – Júlio nasce em 27 de fevereiro, em Porto Alegre, filho do barbeiro Reni Antunes Barbo e da funcionária pública Júlia Gay Barbo. Passa a infância da Cidade Baixa, e a música já entra na sua vida através dos pais que ouviam muitos discos em casa, e a irmã o levava com freqüência para ver filmes de Elvis Preslye, Beatles e da Jovem Guarda.

1965 - Um cunhado tocava o rock da época ao violão, em contraste com um tio que tocava músicas regionalistas. Aquilo desperta uma vontade grande de tocar, mas até aí, nada. Ingressa no primário da Escola Estadual Ildefonso Gomes. Torna-se PM Mirim e convive com a caserna. Gostava disso, até porque lá jogava futebol.

1969 - Ingressa na escolhinha de futebol do Grêmio e logo depois na do Internacional como goleiro, onde permaneceria até 1973. Treina com muita dedicação (quase obsessivamente).

Julio e sua guitarra1971 - Entra no ginásio do Colégio Estadual Winston Churchil. Os irmãos mais velhos apresentam-lhe o pop rock da época. Aí um desvio de conduta começa a manifestar-se. Júlio e um colega da escola começam a furtar discos em lojas. Isso até não seria tão grave, não fosse uma coisa sistemática, mas era. Pelo menos o introduz definitivamente ao rock pesado: The Who, Pink Floyd, Led Zeppelin, Black Sabath etc. Torna-se um contumaz brigão. Envolve-se em constantes conflitos de rua.

1975 - Começa a cursar o segundo grau noturno. Busca emprego de dia. Afloram conflitos de consciência que o fazem deixar os furtos de discos e as brigas. Logo uma confusão mental o levaria a uma internação em clínica psiquiátrica. Coisa de adolescente. Não usava drogas, era só problemático mesmo. Ao sair da clínica, a família preocupada reúne-se para discutir sua situação. Júlio decide: queria ser músico. Ganha uma guitarra Mil Sons e um pequeno amplificador valvulado. FELIZ.


Companheiros de ginásio
1976 - Reencontra dois colegas de ginásio, e, com o irmão Paulo Renato (falecido em 1995), forma uma banda.

1977 - Decido a aprimorar-se, passa a estudar um pouco de violão clássico. Arranja um violão apropriado: Giannini branco laqueado, cordas de nylon. Passa a ouvir jazz e bossa-nova, com predileção por João Gilberto.

1978 - Abandona o segundo grau escolar para dedicar-se à música.

Uma Canção Nas Trevas1979 - Depois de variar tanto suas preferências musicais, decide que Bob Dylan, Neil Young e The Band seriam as diretrizes básicas do som de sua banda. Resolve compor e cantar dentro daquele estilo country-rock. Em 9 de novembro, um desconhecido Júlio Reny estreava nos palcos em um show realizado na Fundação Faculdade de Medicina de Porto Alegre, chamado "Uma Canção nas Trevas". Pela primeira vez em cartazes e fotos de jornais, ninguém sabia de quem se tratava aquele que viria a se tornar uma figura importante da cena musical gaúcha.


Ensaio em sua lendária garagem1980 - A banda resolve adotar o nome “Uma Canção nas Trevas” e sob esta alcunha, realiza (estranhamente) o show “Jazz & Blues” na Faculdade de Arquitetura da UFRGS. Sucesso entre os estudantes. Nasce sua filha Consuelo Valandro. Júlio passa a morar em uma casa cuja garagem tornou-se legendária. Ele a alugava para ensaios e por ali passaram bandas como Engenheiros do Hawaii e DeFalla. Atua como coadjuvante no filme “Deu Pra Tí Anos 70”, de Giba Assis Brasil.


1981 - Desfaz-se a banda, e Júlio parte para um show com seu irmão e o baixista Ademir Frozi, no Clube de Cultura. Entitulava-se “As Estórias Elétricas de Uma Guitarra Acústica”. Independentemente dos resultados, que até eram bons dentro da proposta, Júlio fixa-se no meio artístico e frente ao publica como personagem underground, polêmico em atitude, sem papo furado.

Poser!!!!!!!!


1982 - Faz sua primeira gravação demo em fita, para tocar na Rádio Bandeirantes AM, futura Ipanema. A música era "Tomás e a Lagoa" e repercute razoavelmente bem. Reunifica a banda sob seu nome, no show “Aconteceu Durante o Verão”, no Teatro 1 (rua Ramiro Barcelos). Grava nova demo em fita rolo, "Cine Marabá", sucesso na Band AM. Torna-se uma das mais tocadas e pedidas, chegando a tocar em várias rádios do Rio e São Paulo para onde mandava cópias demo.

Antenado para este caminho alternativo que se abria, resolve gravar um álbum e reproduzí-lo em fita cassete. Cria um “selo fonográfico” especializado em fitas cassetes com a intenção de lançar também outros autores. O selo chamava-se Pirata Sulista. Atua no filme “Verdes Anos”, de Carlos Gerbase.

Último Verão
1983 - O Pirata Sulista vai à falência vendendo poucas cópias de seu único título em catálogo: uma fita com capa produzida, contendo oito músicas (A Noite Se Move, Barbearia, Canção Para O Rico Que Refletia A Cidade, Cine Marabá, Super Homem Está Esquecendo As Suas Melodias, Tomás E A Lagoa, Último Verão e Uma Tarde De Outono De 73), chamada Último Verão. DOWNLOAD


1985 - Cria a banda “KM 0” com Edu K na guitarra, Paulo Renato na bateria, Fred na percussão e Júlio no contra-baixo. Com esta formação, gravaram duas demo-tapes: "Não Chores Lola" e "Amor e Morte". Ambas estouram em Porto Alegre. Tocava direto nas rádios Atlântida, Cidade e Ipanema; nas outras um pouco menos. Não Chores Lola toca bastante no Rio a ponto de Guilherme Arantes citá-la como referência sobre música do Sul, porque gostava de ouvi-la na Rádio Fluminense.

Começam a alternar com “Engenheiros do Hawaii” a abertura de shows. Um show no Gigantinho era considerado decisivo: o Rock Unificado I. Júlio sabia que olheiros de grandes gravadoras estariam lá com vistas a produzirem um disco sobre o rock do sul. Inexplicavelmente, a banda se apresenta mal. Dá tudo errado. A partir dali, vários problemas pessoais afetam Júlio. O falecimento de sua mulher é o limite do seu inferno astral. Atua no filme “Quero Ser Feliz”, de Sérgio Lerrer, no papel de um jovem recruta.



Julio Reny & Expresso Oriente
1986 - Assume com vocalista da banda “Urubu Rei”, liderada por Carlos Eduardo Miranda. Logo funde parte do “KM 0” com a “Urubu Rei”, formando a célebre “Expresso Oriente” com Castor Daut e Flávio Santos (futura célula do “DeFalla”). Júlio Reny e Expresso Oriente torna-se referência do rock gaúcho e da atitude underground. As coisas começam a dar certo, e a estratégia das demos-tapes para rádios voltam a funcionar. Maomé e Garota do carro vermelho tocam com freqüência nas rádios jovens locais e a banda emplaca nos shows.Júlio ataca de radialista na Ipanema FM como produtor, atingindo o primeiro lugar no Ibope com Negras Melodias.

1987 - A banda é reformulada. Entra o produtor Moacir que a coloca nos caminhos do interior do RS, Rio e São Paulo. Lá começam a tocar seu repertório em programas de TV e a realizar shows.

1988 - Júlio atua em papel principal no filme “Vicious”, curta de Rogério Ferrari. Com a banda, grava duas faixas na coletânea Rio Grande do Rock da SBK.

Expresso Oriente

1989 - Júlio Reny grava LP independente chamado Julio Reny & Expresso Oriente, com as faixas: Amada Amante, Amor E Morte, Anita, Expresso Oriente, Jogada Noturna, Maomé, Não Chores Lola, Razões Do Coração e Sandina. DOWNLOAD




1991 - Monta nova banda: Júlio Reny Guitar Band, começando a trabalhar com Frank Jorge em composições e arranjos. Grava vários video-clips e demo-tapes, fixando-se bem com o clip "Mil Noites" na MTV. Segue como radialista na Ipanema FM e faz muitos shows até 1996.




Cowboys Espirituais
1997 - Desponta na TV Bandeirantes de Porto Alegre com o personagem “Cowboy do Deserto” no programa “Folharada”, fazendo crônicas e comentários de filmes. Frank Jorge, Márcio Petracco e Júlio Reny, sob nome de “Cowboys Espirituais”, gravam de improviso duas músicas para a namorada de Júlio (Melissa, sua futura esposa): Uma Mulher e uma versão de Como é grande o meu Amor por Você, de Roberto Carlos.

Os Cowboys Espirituais1998 - A demo toca bem no rádio, e a brincadeira fica séria. As 15 Mais da Ipanema, estourando em todo o sul. Foram contratados pela gravadora Trama e lançaram o primeiro disco, Os Cowboys Espirituais, contando com Frank Jorge na formação e estourando nacionalmente o hit "Jovem Cowboy", fazendo apresentações no Rio Grande do Sul e interior de São Paulo, conquistando com seu video-clipe o prêmio "Revelação da América Latina" do canal CMT. Algum tempo depois, assume definitivamente as baquetas Paulo Arcari (ex-TNT). DOWNLOAD

1999 - Realiza vários shows sobre o disco no RS, Rio de Janeiro e São Paulo. Nasce a segunda filha, Larissa da Silva Barbo.

De Luxe2000 - Grava o CD Deluxe pela gravadora Stop Records , produzido por Egisto Dal Santo, conta com 13 faixas, sendo 9 composições próprias (Jesse James: uma viagem ao Velho Oeste; uma definitiva gravação do sucesso da Expresso Oriente: Amor e Morte; Seguindo Com O Vento e Você Não Pode Parar e quatro regravações de outros autores (Uma "festiva" homenagem ao mestre Raul Seixas com Cowboy Fora da Lei; Uma versão "cowboys" para Paisagem Campestre de Nei Lisboa; Uma releitura para Vá Embora Tristeza do gaucho José Mendes; E uma surpreendente versão de Loira, Loirinha dos sertanejos Tonico e Tinoco). DOWNLOAD

O disco foi concebido no estúdio B da ACIT, em Porto Alegre. Conta com participações mais que especiais de Hique Gomes, Mitch Marini, Jorginho do Trumpete, Paulo Lata Velha, Frank Jorge, Edson Campagña, Luciano Leães.

Ao vivo com Lucio Dorfman (ex-Engenheiros) nos teclados e Regis Sam (ex-Argonautas) no baixo, os Cowboys Espiriruais apresentam as canções do CD DeLuxe e outros hits do primeiro disco como: "Não chores Lola", "A irmã do Dr. Robert" e "O mundo é maior que o teu quarto", sem esquecer o instrumental e a habilidade de Marcio Petracco que usa instrumentos como Pedal Steel, Lap Steel e banjo fazendo um autêntico show de country rock.

2001 - Reedita em CD seus principais trabalhos incluídos na fita Último Verão (do falido Piratas Sulistas) e no vinil Júlio Reny e Expresso Oriente. Frank Jorge parte para carreira solo e Júlio lança o projeto “Júlio canta Roberto Carlos”, com sucesso de público na noite de Porto Alegre.


2002 - Dá vida ao projeto "Histórias do Rock Gaúcho". Tendo se conhecido durante a efervescência da cena rockeira dos anos 80, Julio Reny e Egisto Dal Santo, neste começo de século, resolveram unir todas as suas experiências e bagagem acumulada em anos de estrada pelo sul, para celebrar e contar a verdadeira história do Rock Gaúcho.

Histórias do Rock Gaúcho
Egisto Dal Santo militou por anos a fio a frente dos Colarinhos Caóticos e influenciou bandas como De Falla, participando da antológica apresentação dos gaúchos no Hollywood Rock 93. A seguir se tornou produtor de discos revelando Tequila Baby (o primeiríssimo!), resgatando Bebeco Garcia e Charles Master. Foi o baixista e maestro da volta desses artistas aos palcos.
Entre suas produções ainda se destacam os discos de Júpiter Maçã, Cowboys Espirituais (De Luxe), os dois volumes "As 15 Mais da Ipanema FM" e, mais recentemente, o Baladas do Bom Fim, um tributo/releitura/homenagem ao gênio criativo de Nei Lisboa. Já ganhou 3 prêmios Açoriano de música.
A Caminhada de Julio Reny
2004 - Produz o CD "A Caminhada de Julio Reny", que reúne gravações originais realizadas entre 1985 e 2002 com grupos como Km 0 e Cowboys Espirituais. As músicas fazem parte do show que Júlio Reny apresenta com sua nova banda, "Os Piratas do Deserto" formada por outros nomes carimbados da cena gaúcha (Egisto Dal Santo e Jimi Joe nas guitarras, Régis Sam no baixo, Sérgio Rodrigues na bateria). DOWNLOAD



Lança o livro "Rádio Cool", publicado pelo Armazém Digital, fala de sonhos, amor, mulheres, noite, músicos, estrada, heróis, outsiders...


"Agora os caminhantes solitários terão companhia, e os amantes carícia para os seus ouvidos. Entrando no ar, Rádio Cool." (Vinheta)


Quem escutava a rádio Ipanema FM nas madrugadas de sábado para domingo entre 1988 e 1994 com certeza lembra do Rádio Cool, programa de Julio Reny que virou um verdadeiro clássico.


O programa, além de ter uma seleção musical primorosa, mesclando o pop mais sofisticado do mundo com pitadas de jazz, contava com textos impecáveis de Julio Reny, que falavam de amor, mulheres, noite, músicos, estrada, heróis, outsiders, sonhos... Rimbaud, os beatniks todos, os romances policiais de clima sombrio de Hammet e Chandler, Bukowski e tantos outros: os textos de Julio Reny revelam as influências dessa deliciosa via crucis literária.


É como diz no prefácio, o músico e jornalista Jimi Joe: "Como hai kais fora da lei, os textos/imagens de Julio nos atingem em cheio, às vezes como sonhos delirantes, em outras como perturbadores pesadelos. De qualquer forma, como naquela propaganda de salgadinhos, é impossível ler um só."


Histórias do Rock Gaúcho - Estradas vol.12005 - Lança o primeiro cd do Projeto Histórias do Rock Gaúcho, Estradas - vol. 1, prestando sua homenagem à história do rock gaúcho, contando CAUSOS vividos na cena gaúcha, enquanto interpreta bandas e músicos como TNT, Cascavelettes, Garotos da Rua, Replicantes, Bandaliera, Graforréia Xilarmônica, Kleyton & Kledir, Almôndegas, Nei Lisboa, etc... Acompanhado de baixo e bateria, se reveza nos vocais e violões elétricos com Egisto, tocando algumas de suas próprias canções. DOWNLOAD



2006 - Diários da Chuva é o quarto album solo do cantor. No disco, Reny utilizou mais de 300 horas de estúdio e 20 músicos para fazer, 23 anos depois, o que considera a "continuação adulta" do LP 'Último Verão'. Produzido por Júlio e Cristiano Krause, o disco conta com a participação dos músicos Andy Boy, Astronauta Pingüin, Frank Jorge, Fábio Ly e Márcio Petracco entre outros.

É um álbum conceitual sobre a maneira pessoal de encarar a relação do frio e do inverno com os dilemas, as memórias e os amores do homem de meia-idade. Com a teoria de que os gaúchos são os irlandeses do Brasil, Julio juntou um time de competentes músicos e os batizou de “Os Irish Boys” (naturalmente, todos bons bebedores de cerveja) a fim de percorrer os quatro cantos do mundo com sua arte única musical. O repertório do disco é de canções inéditas, como 'Chove no Sul', 'Culpado', 'Casaco de Lã' e 'As Pérolas e o Perdão'. O disco é um lançado do selo Plus Records. DOWNLOAD

2007 - E “os velhos cowboys” voltam à cena do saloon, varrendo a poeira, acordando o barman e pedindo mais uma dose de um Bourbon tão seco e tradicional como as obsessões da banda:

O álcool como redenção em “A Cerveja de Cada Dia”, as mulheres como salvação ou perdição em “Seja Meu Anjo” e “Se O Diabo Veste Azul”, para depois seguirem pelas estradas desertas, buscando o paraíso em “O Vale Verde” ou a infinita/ventura highway de “H-tel”.

Casamentos desfeitos, as derrotas como lições, garotas enfezadas esperando o sujeito depois da festa; são “os velhos Cowboys” que retornaram na poesia beatnick e “desperada” de Reny, no virtuosismo das cordas “caipiras” de Márcio Petracco, no piano “maestro” de Lúcio Dorfman e na cozinha firme e segura seja no trote ou no galope, a cargo de Paulo Arcari e Régis Sam. DOWNLOAD

Enviem sinais de fumaça para os comanches! Ressuscitem Billy The Kid! Os Cowboys Espirituais voltaram.



2008 - Julio Reny lança o brilhante cd A Primavera do Gato Amarelo, que foi gravado em meio a seu divórcio. O fim do casamento de 10 anos e a distância da filha de nove anos – permeados por brigas “de amor e morte” – atormentaram o compositor ao longo dos oito meses de gravação.


O resultado foi, ainda sim, um disco disfarçadamente pop e alegre. As 14 faixas foram produzidas por Thomas Dreher (Ultramen e Júpiter Maçã), contaram com participação de mais de 20 convidados, entre eles Arthur de Faria, Humberto Gessinger e King Jim. As influências, conta Reny, continuam as mesmas. DOWNLOAD

E Julio continua se apaixonando e perdendo suas garotas, e escrevendo sobre elas, sobre amor e perda.





DISCOGRAFIA:
• Último Verão (1983) Pirata Sulista LP
• Julio Reny & Expresso Oriente (1989) Independente LP
• A Caminhada de Julio Reny (2004) CD
• Diários da Chuva (2006) CD
• A Primavera do Gato Amarelo (2008) CD

Com os Cowboys Espirituais:
• Os Cowboys Espirituais (1998) Trama CD
• De Luxe (2001) Stop Records CD
• Cowboys Espirituais III (2007) CD

Com o Projeto Histórias do Rock Gaúcho:
• Estradas – Volume 1 (2005) Universal Music CD



Leia uma entrevista reveladora com Julio Reny no site: Dissonância.com






Viva o DIA MUNDIAL DO ROCK!!!


 
RamonR